Babilônia, a Grande

Os Estudantes da Bíblia são conhecidos por entenderem que há cristãos verdadeiros e sinceros em algumas outras denominações. De fato, em um dos artigos de A Torre de Vigia, foi dito:

Reconhecemos a apenas “um só Senhor, uma só fé e um só batismo” das Escrituras, e acolhemos como irmãos qualquer pessoa com moral decente que confesse ter fé na “redenção através do sangue de Cristo”, e, principalmente, todos dessa classe que professem terem se consagrado plenamente à vontade e ao serviço do Senhor — em qualquer denominação que se encontrem, ou mesmo fora de todas elas.”

ZWT, 15 de janeiro de 1906 (R3706 : página 20)

Apesar dessa postura tolerante e amorosa, os Estudantes da Bíblia também entendem que esses raros cristãos, uma vez que entrem em contato com as  verdades da Bíblia, têm o dever de tomar uma posição clara com relação à Verdade. Isso significa abandonarem suas anteriores organizações religiosas para seguirem apenas a Cristo como cabeça, adorando a Deus, o Pai, por meio de Jesus.

Veja o seguinte comentário do Irmão Russell no livro “Venha o Teu Reino”, o Volume 3 de Estudos das Escrituras (C181-C184):

É em vão que alguns tentam justificar seu segmento de Babilônia e, embora admitam que a descrição profética esteja correta, afirmam que sua denominação*, ou congregação específica, é uma exceção ao caráter geral de Babilônia, e que, portanto, o Senhor não pode convocá-los a retirarem-se dela de modo formal e público, assim como, no início, se juntaram a ela.

Os que pensam assim devem considerar que estamos agora no tempo da colheita de separação, e devem se lembrar da razão expressa pela qual nosso Senhor nos chama para fora de Babilônia, isto é, “para que não sejais participantes de seus pecados”. Considere, novamente, o porquê Babilônia é assim chamada. Evidentemente, por causa de seus muitos erros de doutrina, que, misturados com alguns elementos da verdade divina, causam grande confusão, e por causa do grupo misto de pessoas, reunidas pela mistura de verdades e erros. E, visto que preferem se agarrar ao erro às custas da verdade, essa última é anulada, e, muitas vezes, pior do que sem sentido algum. Esse pecado, de se apegar ao erro e ensiná-lo, sacrificando a verdade, é um erro do qual cada denominação da Igreja nominal é culpada, sem exceção. Onde está a denominação que o ajudará a pesquisar diligentemente as Escrituras, a crescer na graça e no conhecimento da verdade? Onde está a denominação que não impedirá o seu crescimento, quer por causa de suas doutrinas, quer por suas práticas? Onde está a denominação na qual você pode obedecer as palavras do Mestre e deixar sua luz brilhar? Desconhecemos a existência de tal.

Se algum dos filhos de Deus em tais organizações não se apercebem de sua servidão a elas, é porque não tentam usar a sua liberdade, pois estão dormindo em seus postos de dever, quando deveriam ser mordomos ativos e vigias fiéis. (1 Tessalonicenses 5:5, 6) Que eles despertem e tentem usar a liberdade que pensam possuir; que mostrem a seus companheiros de crença como seus credos estão aquém do plano divino, em que ponto divergem deste e estão diametralmente opostos; que mostrem como Jesus Cristo, pela graça de Deus, provou a morte por todos os homens; como esse fato, e as bênçãos advindas dele, “no devido tempo” será testemunhado a cada homem; como, nos “tempos de refrigério”, as bênçãos da restituição fluirão para toda a raça humana. Que eles mostrem, adicionalmente, a chamada celestial da Igreja Evangélica, as rígidas condições para se pertencer a esse grupo e a missão especial da Era do Evangelho de selecionar esse peculiar “povo para o seu nome”, que em seu devido tempo será exaltado para reinar com Cristo. Aqueles que assim tentarem usar sua liberdade para pregar as boas novas nas sinagogas de hoje, ou terão êxito e converterão congregações inteiras, ou despertarão uma tempestade de oposição. Certamente os expulsarão das suas sinagogas, e se separarão de sua companhia, e dirão todo o mal contra vocês, falsamente, por causa de Cristo. E, ao fazê-lo, sem dúvida, muitos acharão que estão fazendo o serviço de Deus. Mas, se assim for fiel, você será mais do que consolado pelas preciosas promessas de Isaías 66:5 e Lucas 6:22 — “Ouçam a palavra do Senhor, vocês que tremem diante da sua palavra: “Seus irmãos que os odeiam e os excluem por causa do meu nome, disseram: ‘Que o Senhor seja glorioso [fazemos isso pela glória do Senhor], para que vejamos a alegria de vocês!’ Mas eles é que passarão vergonha.” “Bem-aventurados serão vocês, quando os odiarem, expulsarem e insultarem, e eliminarem o nome de vocês, como sendo mau, por causa do Filho do homem. “Regozijem-se nesse dia e saltem de alegria, porque grande é a recompensa de vocês no céu. Pois assim os antepassados deles trataram os profetas.” Mas, “Ai de vocês, quando todos falarem bem de vocês, pois assim os antepassados deles trataram os falsos profetas.”

Se todos os que adoram com você na congregação são santos — se todos são trigo, sem joio entre eles — você encontrou um povo extraordinário, que receberá com alegria as verdades da colheita. Mas se não, você deve esperar que a verdade presente separe o joio do trigo. E mais, você deve fazer a sua parte na apresentação dessas mesmas verdades que irão realizar a separação.

Se você for um dos santos vencedores, você precisa ser agora um dos “ceifeiros” empunhando a foice da verdade. Se você for fiel ao Senhor, digno da verdade e digno da herança conjunta em glória, você se alegrará de colaborar com o Ceifeiro Principal na presente obra da colheita — não importa o quão naturalmente inclinado você possa estar, de, em vez disso, ter uma passagem mais suave por este mundo.

Se houver joio entre o trigo na congregação da qual você é membro, como sempre acontece, muito dependerá de quem constitui a maioria. Se o trigo prepondera, a verdade, apresentada de modo sábio e amoroso, os afetará favoravelmente; e o joio não desejará permanecer por muito tempo ali. Mas se a maioria for joio — como nove décimos ou mais geralmente o são — o efeito, mesmo da apresentação mais cuidadosa e amável da verdade da colheita, será o de despertar amarguras e forte oposição; e, se você persistir em declarar as boas novas e em expor os erros estabelecidos há muito tempo, logo você será “expulso” pelo bem da causa do sectário, ou então terá suas liberdades tão cerceadas que não conseguirá deixar sua luz brilhar naquela congregação. Seu dever é claro: Dê seu amoroso testemunho sobre a bondade e a sabedoria do grande plano das eras do Senhor e, após apresentar suas razões de modo sábio e manso, retire-se publicamente deles.”

* Lit. “seita”.

  • Os Estudantes da Bíblia entendem que o que principalmente identifica “Babilônia, a Grande”, são seus credos conflitantes e antibíblicos, entre esses, a Trindade, o Inferno de Fogo e a Imortalidade da Alma. Terem abandonado o Resgate para todos também é uma principal característica identificadora.
  • Algumas religiões apontam como “de Babilônia” coisas que não são, necessariamente, erradas. Por exemplo, a cruz tem origem pagã, mas foi de fato o instrumento de tortura usado para matar nosso Senhor. Assim, adorar a cruz certamente é de Babilônia, mas usá-la no contexto correto, Bíblico, não é. Precisamos saber separar “o trigo do joio”. Muitas religiões que criam caso com essas coisas são geralmente legalistas, e se afastam das questões verdadeiramente importantes, como a salvação para todos e a chamada celestial, entre outras.
  • Para a questão sobre se Cristo morreu numa cruz ou numa estaca, queira ler o seguinte artigo: Jesus morreu numa cruz ou numa estaca?
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