Cristo em Vós


Aqueles que aceitam os ensinamentos de Cristo e o seguem em consagração plena de todas as suas forças e talento ao serviço de Deus, se infundem com o mesmo desejo de fazer a vontade de seu Pai nos céus. Esses têm a mesma mente que Jesus  — uma mente, ou vontade, de sacrificar a si mesmo na realização dos planos de Deus — um espírito, ou mente, morto para os louvores e zombarias, as esperanças e os medos do mundo, mas vivo e ativo para os sorrisos celestiais ou olhar de censura, prêmios ou perdas da parte de Deus.

O espírito ou mente de Cristo assim recebido, produz fruto em cada ação, palavra e pensamento; alguns dos quais são mencionados por Paulo — amor, alegria, paz, mansidão, brandura, paciência, piedade (temor a Deus).
Essas graças, esses frutos crescem gradualmente — a rapidez do crescimento depende da natureza do solo, da pureza da semente, (exemplo seguido) e da quantidade de umidade e luz solar da verdade (a Palavra) que o solo e a semente recebem.
Se queremos que o espírito de Cristo aumente em nós e dê muito fruto, então é muito importante nos esforçarmos para ter sementes puras — seguindo apenas o nosso Mestre — e que nos mantenhamos fora da sombra e abrigo de todos os credos humanos e deixemos entrar a luz do Sol e o orvalho refrescante da verdade em nossos corações, levantando-os para o céu, como fazem as flores na natureza. Tais receberão do reservatório celestial — a Palavra.
Esse crescimento contínuo e crescente dos frutos não é apenas expresso por Jesus conforme dito acima, mas os Apóstolos nos exortam a “aumentar dos frutos da [n]ossa justiça”, e que estejamos “cheios dos frutos de justiça”. (2 Coríntios 9:10, Filipenses 1:11)
Assim como é natural uma boa árvore produzir bons frutos; assim também todos os que receberam realmente do espírito de Cristo demonstrarão, por fim, seus frutos. Foi Jesus quem disse: “Pelos seus frutos os conhecereis.”
O cristianismo é hoje muito mal compreendido, e muitos que ostentam cardos (uma erva daninha) são membros da Igreja nominal e, portanto, fingem ser membros da “Videira verdadeira”; mas pelos seus frutos os conhecereis. “Se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele.” (Romanos 8:9) Esse é um teste escrutinador para todos; que cada um o aplique si mesmo. Será que eu, como Jesus, “não faço a minha própria vontade”, mas a de Deus? Procuro não agradar a mim mesmo, nem aos meus companheiros, senão somente a Deus? Apresento a mim mesmo diariamente e de hora em hora como um sacrifício vivo, por direito e verdade, e da maneira que a Palavra de Deus (não meus sentimentos) ordena? Se assim for, este é Cristo em mim, e é uma boa base para a “esperança de glória” prometida aos que andam em suas pegadas.
Esse espírito de Cristo — ou a mente renovada — é a unção que vocês receberam, e é uma evidência para vocês e para outros que sua consagração é completa; que você foi gerado para a natureza superior (divina) que Deus prometeu aos que assim andam no Espírito; que você é membro de o Cristo (o corpo ungido, do qual Jesus é a cabeça).
Então, Cristo é manifesto em seu corpo mortal. (2 Cor. 4:11) Quando o mundo vê você, vê um membro de o Cristo, não em glória, mas na carne; e, em nós, assim como em nossa Cabeça (porém em menor grau) ainda é verdade — Deus é manifestado na carne. (1 Tim. 3:16)
Assim, para mim “o viver é Cristo”. (Filipenses 1:21) Nesse sentido, Cristo na carne ainda está no mundo como seu mestre e reprovador — ilustrando a palavra e o amor de Deus. Todo o corpo que segue o Líder tem sido “desprezado e rejeitado pelos homens”. Não há beleza em nenhum deles para que devam ser desejados pelo mundo. Logo, quando forem manifestados com a Cabeça, como a agência para abençoar o mundo, eles irão desejá-los. Eles desejam livrar-se da escravidão da corrupção para obterem a liberdade dos filhos de Deus, e logo conhecerão aquele que, por 1.800 anos, eles ignorantemente rejeitaram, achando-o fraco e impotente. Então, “o Desejado de todas as nações virá” em poder e glória para a libertação deles.
Durante todas as eras vemos que é verdade, e uma evidência de que estamos seguindo os passos do Líder, o fato de que o mundo não nos ama. Jesus disse: “Não te maravilhes se o mundo te odeia; sabeis que me odiou antes que vos odiasse.” “Se fosses do mundo, o mundo amaria o dele.” “No mundo terás tribulação.” E, “todo aquele que quiser viver com piedade sofrerá perseguição.”
Aqueles que pensam que o caminho para a glória é através de um “mar de rosas”, devem despertar para o fato de que nosso Mestre percorreu o caminho estreito e espinhoso. Agora não é o tempo para se gloriar na facilidade do colo do mundo, mas um tempo para “cumprir o resto das aflições de Cristo”.
Nós sofremos como membros de o Cristo, sobre o qual os Profetas falaram quando eles testemunharam antecipadamente os sofrimentos de Cristo (durante esta era) e a glória que seguirá.
Aquele que vencer — o ego, a comodidade, o mundo — até a morte,
“Receberá a coroa de vencedor.”
ZWT, março de 1883 (R455 : página 4)

Comentários:
  • Este artigo apresenta o conceito de “O Cristo” composto, cabeça e membros. Para Russell, o Cristo, cabeça e membros inclui os santos aqui na Terra. Nós, quais seguidores das pisadas de Jesus, levamos nossa cruz até a morte sacrificial. Visto que fomos justificados pelo sangue de Jesus, somos considerados perfeitos aos olhos de Deus, e somos seus filhos adotivos. Como Jesus, abrimos mão de nosso direito à vida perfeita na Terra, e entregamos nosso corpo terrestre no altar do sacrifício para recebermos uma recompensa maior no céu, quais criaturas espirituais. Visto por esse ângulo, e levando em conta que somos “embaixadores de Cristo” (2 Coríntios 5:20) o advento de O Cristo ainda está em andamento, até que o último membro do corpo espiritual de Cristo termine sua carreira terrestre e seja glorificado no céu. Depois disso, o Cristo, cabeça e membros, “voltará” para tomar conta dos assuntos da Terra. (Note que não é apenas Jesus que vem, mas, junto com ele [e Jeová], virão “todos os santos” para “pastorear as nações com vara de ferro”. (Zacarias 14:5; Apocalipse 2:26, 27) É por isso que nós, cristãos, somos “Reis e Sacerdotes” no Reino de Cristo.
  • Para os Estudantes da Bíblia, o testemunho do espírito, a unção, é, sobretudo, desenvolver a mente [espírito] de Cristo. Não se espera, entre nós, uma manifestação sobrenatural, milagrosa, de Deus em nossos corações, até porque o tempo dos milagres dentro da Igreja já passou: “O amor jamais morre; todavia, as profecias deixarão de existir, as línguas cessarão, o conhecimento desaparecerá.” (1 Cor. 13:8, KJA) Naturalmente, quem desenvolve essa intimidade com Cristo tem a certeza, ou testemunho, em seu coração, de que foi aceito por Deus.
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