A Fita Vermelha — Jesus é a fita que conecta (Parte 2)

NO ARTIGO anterior, vimos que nosso Senhor Jesus morreu como resgate por Adão e, portanto, por toda a humanidade, e que morreu na cruz para redimir Israel da maldição da Lei.

Jesus morreu na Páscoa, na primavera de 33 d.C., aos 33 anos. Do seu batismo em 29 d.C. até sua morte em 33 d.C., transcorreram 3 anos e meio. Assim, Jesus se apresentou para ser batizado no Jordão aos 30 anos, no outono de 29 d.C., provavelmente após a Festa dos Tabernáculos.

Vemos Jesus como o novilho dos sacrifícios do Dia da Expiação. Vemos também que Jesus passou por 3 anos e meio de experiências, provações e testes para qualificá-lo como o Sumo Sacerdote compassivo, capaz de restaurar a humanidade à perfeição.

O Cordeiro de Deus

Anualmente estudamos a Páscoa e compreendemos o simbolismo de que o cordeiro pascal representa nosso Senhor Jesus. O primogênito de Israel sendo poupado retrata o poder salvador de Jesus como nosso cordeiro pascal. Entendemos que a nação de Israel sendo libertada da escravidão do Egito representa o mundo da humanidade sendo libertado da escravidão da morte.

Mas, existem outros cordeiros que representam o Senhor Jesus no Antigo Testamento? Sim, existem! Eles são encontrados no arranjo do Tabernáculo e, mais tarde, no arranjo do Templo. Todos os dias, os sacerdotes deveriam oferecer dois cordeiros, um pela manhã e outro à tarde, como oferta diária. Isso é mencionado em Êxodo 29:38 e Números 28:3-4.

“Isto é o que oferecerás sobre o altar: dois cordeiros de um ano, cada dia continuamente. Um cordeiro oferecerás pela manhã, e o outro cordeiro oferecerás ao entardecer [hebraico, entre as duas tardes].” — Êxodo 29:38-39

O sacrifício e a oração da manhã eram permitidos a qualquer hora entre o nascer do sol e a terceira hora, 9 am. (R2953) A hora do sacrifício e da oração da tarde é “bainhaarbayim, entre as tardes, isto é, entre o declínio do sol a oeste e seu pôr por volta das três horas da tarde. Pois os judeus observam duas tardes em cada dia. A primeira começa depois das doze horas ao meio-dia, e a segunda às três horas da tarde. Entre essas duas tardes, o sacrifício vespertino diário era oferecido, e imediatamente depois o cordeiro pascal era morto e preparado.” — R2953

Por que dois cordeiros?

Êxodo 29:38 diz que os dois cordeiros deveriam ser oferecidos “dia após dia continuamente”. Qual é o motivo de ser “continuamente”? Aqui estão duas opções: (1) Deve ser sempre feito deste ponto em diante, uma responsabilidade geracional. (Êxodo 29:42, NVI) (2) O fogo deve queimar sem se apagar. (Levítico 6:9-13) Ambas parecem válidas.

Mas por que dois cordeiros? Dois cordeiros eram usados diariamente para garantir que o fogo queimasse continuamente? Se sim, por que não oferecer os cordeiros com 12 horas de intervalo, para melhor prover continuidade ao longo do dia? Por que seis horas de intervalo?

A resposta parece referir-se à experiência de Jesus em sua crucificação. No dia em que Jesus morreu, ele foi levado “De manhã bem cedo” a Pilatos. (Marcos 15:1, NVI) Ele estava diante de Pilatos às 6 da manhã, pois João 19:14 (ARC), usando a hora romana, diz: “E quase à hora sexta… disse aos judeus: ‘Eis aqui o vosso rei!’”. Jesus foi colocado na cruz às 9 manhã. “Eram nove horas da manhã quando o crucificaram” — Marcos 15:25, NVI

Ao meio-dia, “chegada a hora sexta, houve trevas sobre toda a terra até a hora nona”, (Marcos 15:33, ARC) que foi a hora da morte de Jesus. “Por volta das três horas da tarde, Jesus bradou em alta voz: ― Eloí, Eloí, lemá sabactâni? — que significa: “Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste?”(Marcos 15:34, NVI) Jesus, porém, com um alto brado, expirou. — Marcos 15:37, NVI

Assim, Jesus foi colocado na cruz no meio da manhã, consistente com a oferta do sacrifício da manhã, e morreu no meio da tarde, consistente com a oferta do sacrifício da tarde. Jesus foi posto na cruz para suportar a mais profunda maldição da Lei, pendurado num madeiro. Subsequentemente, morreu por Adão e toda a sua descendência.

Atos capítulo 2 fala do dia de Pentecostes, quando o Espírito Santo veio sobre os crentes judeus, fazendo com que alguns deles falassem em línguas como testemunho da influência do Espírito. Atos 2:15 especifica a hora: “Eram nove horas da manhã” — a mesma hora do dia em que Jesus foi colocado na cruz.

Mais tarde, quando o Evangelho chegou aos gentios, Cornélio foi o primeiro a recebê-lo. Atos 10:3 diz que ele teve uma visão “cerca das três da tarde”, a hora em que Jesus morreu, para mandar chamar Pedro. Cornélio referiu-se a isso novamente ao falar com Pedro: “Faz hoje quatro dias que eu estava em jejum, orando em minha casa, por volta desta hora, às três horas da tarde.” (Atos 10:30, KJA) Momento em que “o Espírito Santo desceu sobre todos os que ouviam a mensagem”, e eles foram batizados em Cristo. — Atos 10:44, NVI

Jesus morreu como homem perfeito para resgatar Adão e sua descendência. Não importava como Jesus morreu, mas ele tinha que se entregar voluntariamente como homem perfeito. Como Israel estava sob o fardo adicional da Lei, para redimir todos os israelitas, Jesus também tomou sobre si a mais profunda maldição da Lei. Ele foi pendurado num madeiro, a madeira da cruz, para redimir até mesmo os mais culpados. Assim, Jesus providencia “uma luz para revelação aos gentios e para glória de teu povo Israel”. — Lucas 2:32

Os benefícios imediatos de sua oferta vieram para a Igreja na Era do Evangelho. Então, no Reino vindouro, Cristo e a Igreja abençoarão “todas as famílias da Terra”, conforme prometido a Abraão. Quão gratos somos por Jesus, o qual, “pela alegria que lhe fora proposta, suportou a cruz, ao desprezar a vergonha, e assentou‑se à direita do trono de Deus.” — Hebreus 12:2, NVI

A Fita Vermelha

Por que este título? A vida do homem é representada no sangue. Oferecer sangue simboliza dar a vida. A vida e a morte do Messias de Israel e nosso Salvador é o que une:

(1) a maldição adâmica, (2) o Pacto da Lei, (3) o Resgate, (4) os Cordeiros de Deus, (5) os eventos da cruz.

Tudo com o propósito de resgatar a humanidade da sepultura e iniciar o processo de restauração do homem, mente e corpo, à perfeição. Então, todos estarão em harmonia com seu Criador e Pai Celestial. Ó, que Salvador!