Mateus 27:50-52, ACF, diz: “E Jesus, clamando outra vez com grande voz, rendeu o espírito. E eis que o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo; e tremeu a terra, e fenderam-se as pedras; E abriram-se os sepulcros, e muitos corpos de santos que dormiam foram ressuscitados.”
Será que isso prova que os santos já foram ressuscitados? Para sabermos a resposta a essa pergunta, devemos notar que muito depois desse evento, o apóstolo Paulo condenou a Himeneu e Fileto por causa do ensino apóstata dele. Que ensino era esse? Vejamos:
“O ensino deles alastra como câncer; entre eles estão Himeneu e Fileto. Estes se desviaram da verdade, dizendo que a ressurreição já aconteceu, e assim a alguns pervertem a fé.” (2 Tim. 2:17, 18, NVI)
Também, falando sobre uma futura ressurreição que ocorreria apenas depois da “última trombeta”, 1 Tess. 4:16 diz que os “mortos em união com Cristo se levantarão [futuro] primeiro”. Assim, se a ressurreição ainda não havia ocorrido na época em que Paulo escreveu aqueles textos, como explicar Mateus 27:50-52?
Se verificarmos o grego daquela passagem, veremos que não é usado a palavra costumeira para “ressureição” (ἀνάστασις = anastasis, G0386), mas sim “egeiro” (ἐγείρω, G01453), que traz a ideia de “despertar”, “recobrar as faculdades mentais”. E o versículo anterior (v. 52) diz simplesmente que eles haviam dormido. (κοιμάω = koimao, G2837)
Sabemos que os discípulos de Jesus (os santos) tiveram dificuldade de manter vigília com ele, durante suas provações: “Então, voltou aos seus discípulos e os encontrou dormindo. ‘Vocês não puderam vigiar comigo nem por uma hora?’, perguntou ele a Pedro.” (Mateus 26:40, NVI)
Assim, apresentamos nossa sugestão sobre o que aconteceu:
Após a captura de Jesus, muitos dos discípulos (santos) se esconderam em cemitérios, entre os sepulcros, pois temiam serem encontrados e presos. Quando houve o terremoto após a morte de Jesus, muitos desses santos que estavam fisicamente dormindo entre os sepulcros, foram acordados e entraram na cidade de Jerusalém, onde foram vistos. Essa explicação se harmonizaria com o relato Bíblico que a ressurreição geral ainda não havia ocorrido na época dos primeiros cristãos, e, de fato, foi até condenada como apostasia pelo apóstolo Paulo.
(Baseado no artigo do Ir. James Parkinson, “Ressurreições temporárias antes do Calvário”, publicado em inglês na revista O Arauto de maio-junho de 2015.)
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